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Vaticano envia juiz para ouvir vítimas e julgar o Padre Leandro

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Foto: Reprodução/Facebook
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Um monge enviado pelo vaticano está na região ouvindo vítimas que teriam sido abusadas pelo Padre Leandro Ricardo, ex-reitor da Basílica de Santo Antônio de Pádua, em Americana. Ele deve retornar para Uberaba, em Minas Gerais, sua cidade de origem, neste sábado(16).

Cerca de 15 pessoas foram ouvidas por Dom Hugo Cavalcante, Monge-Presbítero da Ordem de São Bento e que é uma espécie de ‘juiz’ da Igreja Católica. De acordo com fontes ouvidas pelo Portal de Americana, Dom Hugo foi enviado por Roma para investigar o caso e deve apresentar um parecer sobre tudo que ouviu das vítimas e testemunhas.

No dia 20 de março o relatório feito por ele deve ser entregue pessoalmente no Vaticano. O Padre Sérgio Ghirardello da Paróquia Senhor bom Jesus, de Leme, está auxiliando na elaboração do relatório como uma espécie de ‘escrivão’. Ontem(14), ele ouviu o testemunho de três homens e uma mulher na Igreja Dom Bosco, em Americana. O conteúdo segue sob segredo canônico.

Hugo da Silva Cavalcante é uma referência dentro da católica. Ele é doutor em Direito Canônico pela Lateranense em Roma e Mestre em Direito Canônico pelo Angelicum, Presidente da Sociedade Brasileira de Canonistas(especialistas em direito religioso), Monge-presbítero da Ordem de São Bento e atual capelão-adjunto do Mosteiro de Nossa Senhora da Glória, em Uberaba. Ele ainda é Vigário Judicial do Tribunal Interdiocesano de Uberaba.

Foto: Divulgação

As vítimas já foram ouvidas tanto pela igreja quanto pela Polícia Civil. De acordo com a advogada de defesa das vítimas, Talitha Camargo da Fonseca, as acusações vão desde  perseguição até crimes contra a dignidade sexual.

Em fevereiro, o bispo dom João Inácio Muller, foi enviado de Lorena para Diocese de Limeira, para colher depoimentos em nome do Vaticano. Quase um mês após ouvir as vítimas, nada foi decidido pela igreja e Bispo de Limeira, Dom Vilson Dias de Oliveira, permanece no cargo.  Diferente do Dom João, Dom Hugo está investigando especificamente o caso de Leandro.

Em depoimento, uma das vítimas disse que o padre chegou a fazer sexo oral e que ofereceu dinheiro como uma espécie de “cala boca”. O valor, cerca de R$300, foi entregue ao ex-coroinha dentro de um envelope pardo.

Em nota os advogados das vítimas disseram que respeitam as instituições, mas que “julgar as vítimas é o mais sórdido e mais comum mecanismo daqueles que não conseguem justificar seus atos; é essa inversão que possibilita a violência doméstica e é essa prática que faz do Brasil um dos lugares mais perigosos do mundo para a população LGBTI viver”, disseram em nota os advogados Talitha Camargo da Fonseca, Roberto Tardelli, Aline de Carvalho Giacon e Gustavo Paiva

“Os advogados das vítimas, pois, repudiam, com rigor e veemência, velhas e gastas práticas defensórias, que, antes de defender aquele acusado da prática de crime, procura cobrir de lama artificial os que sofreram suas ações”, disseram os advogados em nota.

O grupo ainda disse que acredita que as instituições “saberão investigar, processar e julgar, com altivez e autonomia, com rigor e com independência uma das mais tristes páginas de nossa história”.

Leandro está afastado de suas funções desde janeiro. Ele pediu afastamento dia 26, alegando motivos de saúde e no dia seguinte teve os direitos canônicos suspensos de forma cautelar pelo Bispo Dom Vilson Dias de Oliveira, também investigado por crimes financeiros e coação de padres.

Procurada através de e-mail, a defesa de Leandro não se manifestou até a publicação.




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