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72 pessoas tentaram se matar em Americana no ano passado

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Foto: Marilia Pierre
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A Secretaria de Saúde, por meio da rede de saúde mental, promoveu na quinta-feira (26) uma palestra sobre suicídio, proferida pelo psicólogo e coordenador do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Infantil, Valdir Dusson. A ação, realizada na sede da Secretaria de Saúde, foi em prol do movimento “Setembro Amarelo” e contou com a presença de aproximadamente 40 servidores, a maioria formada por agentes comunitários de saúde, que atuam nas ESFs (Estratégia Saúde da Família). Palestra com o mesmo tema já havia ocorrido na quarta-feira (25), voltada a um grupo menor de servidores, totalizando na participação de 60 trabalhadores durante os dois dias de evento.

Durante a palestra, Valdir Dusson apresentou dados referentes ao suicídio em Americana, além de esclarecer sobre os fatores de risco; as principais causas; as formas de abordagem dos profissionais da saúde junto às pessoas com ideações suicidas; os sinais de alerta; os modelos de intervenção psicológica e medicamentosa, entre outros.

Durante todo o mês de setembro a rede de saúde mental do município realizou diversas ações para lembrar o “Setembro Amarelo”. Entre elas, o Caps Adulto promoveu uma oficina de expressão artística, uma roda de conversa e exibiu um filme relacionado ao tema. O Caps AD (Álcool e Droga) também promoveu palestra, roda de conversa e exibiu filme voltado para o assunto, além de dinâmica de grupo. Em todas essas ações, tanto os pacientes em acompanhamento, como seus familiares, foram diretamente envolvidos pelos profissionais das respectivas unidades.

De acordo com dados epidemiológicos, em 2018 foram 72 tentativas de suicídio notificadas em Americana. Dessas, 23 foram praticadas por pessoas na faixa etária de dez a 19 anos; 30 por pessoas entre 20 e 39 anos; 14 por indivíduos entre 40 e 59 anos e cinco por indivíduos com mais de 60 anos. De todas essas tentativas, 19 pessoas cometeram o suicídio, das quais seis foram do sexo feminino e 13 do sexo masculino. Em relação à faixa etária dos que conseguiram provocar a própria morte, uma pessoa tinha entre dez e 15 anos; duas entre 16 e 29 anos; 12 entre 30 e 59 anos e quatro indivíduos acima de 60 anos.

Das 72 tentativas do ano passado, 23 foram feitas por indivíduos do sexo masculino e 49 do sexo feminino. Segundo explicou o psicólogo, embora as mulheres façam mais tentativas, são os homens que se utilizam dos meios mais letais, o que acaba resultando em um número maior de mortes.

Dentre os diversos fatores apresentados por Valdir, uma questão que merece atenção é o uso frenético das novas tecnologias que, segundo ele, acaba dificultando o convívio social, criando um isolamento dos indivíduos nas suas relações interpessoais. “Cabe aqui um alerta para o uso excessivo da tecnologia, que está nos afastando das interações sociais de maneira presencial, estamos mais via [conectados] mídias sociais do que pessoalmente, e isso também tem se constituído num risco”, alertou o psicólogo.

Outro fator preponderante que acaba exercendo papel decisivo em muitos casos de suicídio é a depressão. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) 322 milhões de pessoas sofrem da doença em todo o planeta. No Brasil são 11,5 milhões de indivíduos, dos quais 115 mil crianças. A depressão, segundo relatórios dos órgãos oficiais de saúde, atinge 21% dos brasileiros com idade entre 14 e 25 anos e é considerada a segunda causa de morte nessa faixa etária.

Em 2019, até o mês de julho, foram oito óbitos notificados como suicídio, das quais sete pessoas do sexo masculino e apenas uma do sexo feminino. A faixa etária predominante foi em pessoas com idade entre 50 e 59 anos, totalizando quatro indivíduos. Os outros tinham 22, 27, 63 e 85 anos. Já as tentativas de suicídio tiveram aumento em relação ao ano anterior. Ao todo foram 91 casos notificados, dos quais 72 pessoas do sexo feminino e 19 do sexo masculino.

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, foi criado em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, no dia 10 de setembro.




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