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368 mulheres foram vítimas de violência em 2019 em Americana

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Em estatísticas apresentadas no lançamento da campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”, nesta quarta-feira (20), a Secretaria de Ação Social e Desenvolvimento Humano anunciou o aumento de busca por medidas protetivas concedidas pela justiça neste ano em Americana. De janeiro a outubro, 368 mulheres do município, que tem atualmente 237.112 habitantes, foram vítimas de algum tipo de violência e buscaram atendimento em hospitais da rede pública e privada. Dados do TJ-SP informam também sobre a solicitação de medidas protetivas de 2013 a 2019; Campinas, com 1.194.094 habitantes, teve solicitação de 6.953 medidas protetivas por mulheres e Americana teve a solicitação de 5.321 mulheres violentadas.

De janeiro a outubro deste ano 55 mulheres entre 20 e 29 anos foram violentadas fisicamente e buscaram atendimento em hospitais do município que notificaram estas agressões. “Passamos da fase de dizer para as pessoas “pense se isso acontecesse com a sua filha, irmã, etc.”, não cabe mais esse raciocínio. Essa luta vai muito além e é preciso de coragem das partes envolvidas, das próprias mulheres, da população e da área envolvida. Se as mulheres de Americana estão buscando medidas protetivas, é porque temos equipamentos e profissionais que podem acolhê-las. Esse aumento dos números mostra que a informação está chegando até elas em algum momento. Temos um conselho de diretos da mulher ativo, que além de suas atribuições acredita realmente na diversidade de representatividade da sociedade, portanto, vamos continuar divulgando e fortalecendo cada vez mais os projetos, para diminuir os índices, sobretudo, com crianças e adolescentes”, disse a vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Léa de Fátima Amabile de Queiroz Telles.

A maioria dos casos de violência interpessoal (que ocorre no ambiente social em geral, entre conhecidos e desconhecidos) e autoprovocada ( tentativa de suicídio e suicídio) aconteceram com mulheres entre 20 e 29 anos (36 casos) e com jovens entre 15 e 19 anos (19 casos).

A coordenadora da Unidade de Direitos Humanos da Secretaria de Ação Social e Desenvolvimento Humano, Alcimara Silva Batalhão, enumerou algumas razões para a realização da Campanha “16 dias e ativismo”. “Precisamos dar visibilidade as diversas formas de violência de gênero e doméstica contra mulheres; essa violência é uma questão pública a ser enfrentada no âmbito dos direitos humanos e na luta por uma sociedade mais humanitária; apesar das leis municipais vigentes, faltam discussões e debates sobre a segurança e os direitos da mulher. Devemos fazer a campanha porque na realidade a mulher ainda sofre discriminação, na política, em casa, nas rodas de conversas e piadas machistas no aplicativo whatssapp. É possível ser macho e não machucar as mulheres. Agradeço o apoio de todos os envolvidos nesta campanha”, disse.

A pesquisa registrou ainda 430 notificações de atos violentos contra as mulheres em Americana neste ano. Físico (248), sexual (16), psicológico (01), negligência (18), tentativa de suicídio (139) e suicídio (08).

O evento teve ainda a palestra “Identidade da mulher negra – discutindo gênero, etnia e raça”, apresentada por Cláudia Monteiro, representante da Unegro de Americana e do Coletivo Batakotô, professora de História e historiadora, mestre em Educação pela Unicamp com o tema “O Escravismo, a Educação da Criança Negra pós Lei do Ventre Livre – 1871 – (Pedagogia do Cativeiro)”, aluna de pós-graduação em Arqueologia da USP, com o projeto de doutorado sobre a trajetória dos Negros na cidade de Americana e o estudo e pesquisa da área de sepultamento na região do Casarão de Salto Grande.

“A evolução da mulher vem da época da escravidão e dos índios; elas são referencias de luta e coragem para a nossa sociedade. Não devemos ser submissas a nada e ninguém, viver por viver, mas sim enfrentar barreiras, marcar território, principalmente as mulheres negras, que enfrentam muitos preconceitos ainda hoje. Historicamente as mulheres passam por uma construção de imagem, sobretudo as negras”, disse a palestrante.

Participaram também do lançamento da campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher” o secretário de Ação Social e Desenvolvimento Humano, Aílton Gonçalves Dias Filho; a representante da Guarda Municipal de Americana, Luciana Paula Marques, integrante da Patrulha Maria da Penha; a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB de Americana, Lucia Izabel Meza; a representante da UNIMED Santa Bárbara d’Oeste/Americana, Mariana Zaha.

A campanha acontece até 10 de dezembro e a programação completa está disponível no site da Prefeitura, WWW.americana.sp.gov.br




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