A união das mulheres que ocupam as cadeiras do legislativo de Americana parece, até o momento, que só ficará no papel e nas fotos publicadas na rede social.
Duramente atacada na última semana, pelo vereador barbarense Felipe Corá(Patriotas), a vereadora professora Juliana(PT) não recebeu nenhum apoio público das companheiras – se é que podemos chamá-las assim – de casa. Na ocasião, o sujeito sugeriu que ela lavasse a boca com ácido sulfúrico, conhecido por seu efeito corrosivo.
Nathália Camargo(Avante) e Leonora Périco(PDT) não utilizaram nenhum dos tempos regimentais que possuem durante a sessão desta quinta-feira(5), para prestar solidariedade.
É preciso refrescar a memória dos nossos leitores e dizer que há cerca de 10 dias, as três propuseram, juntas, um requerimento em que pede o debate da lei Maria da Penha durante uma audiência pública marcada para o dia 18 deste mês.
Nathália também tentou embarcar na pauta feminista e propôs, no âmbito municipal, a criação de uma lei que estabelece o que ‘sinal vermelho’ contra a violência doméstica. Ela que é advogada, parece não ter razões para defender a colega, ainda que seja com um discurso ou uma nota.
É preciso fazer justiça. Marschelo Meche(PSL) e Leco Soares(Podemos) foram os únicos que prestaram apoio público à vereadora durante a sessão. Juninho Dias(MDB) fez uma postagem nas redes sociais com uma foto ao lado da colega e uma legenda em apoio.
Segundo uma pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no último ano, uma a cada quatro mulheres sofreram algum tipo de violência no Brasil.
Juliana, vítima de ataques de um homem, passa a integrar a estatística juntamente com as mais de 17 milhões de mulheres do país. Independente de de bandeira política, qualquer mulher merece respeito e dignidade. Isso é inegociável.
O Portal de Americana registra aqui o seu repúdio ao ataque do vereador bolsonarista e presta solidariedade à professora Juliana.
É triste, pra não dizer revoltante, o silêncio das vereadoras americanenses sobre um ataque a uma mulher. Até quando a vítima precisará gritar sozinha?
Comentários